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O quadril é a articulação que une o fêmur à pelve (a coxa à bacia). Esta articulação é extremamente móvel e estável. Ela nos permite caminhar, correr, sentar e levantar-se, rodar o membro inferior e uma série de outros movimentos. Algumas vezes esta articulação pode sofrer um desgaste excessivo. Este desgaste pode estar relacionado com algumas doenças da infância e adolescência, com traumatismos, com o uso de certas substâncias, mas em muitos casos, não é possível identificarmos a causa.
Quando falamos em desgaste, o que queremos dizer? Queremos dizer que a superfície que reveste o osso, dentro da articulação, foi comprometida. A parte superior do fêmur, que chamamos de cabeça do fêmur, possui o formato de uma esfera quase perfeita. Esta esfera é revestida de cartilagem. A parte da bacia onde o fêmur realiza o seu encaixe, chamada de acetábulo, também é revestida de cartilagem. Isso existe porque a cartilagem é muito mais lisa do que o osso, e assim um osso consegue deslizar sobre o outro sem problemas e o movimento acontece.
É esta cartilagem que vai se deteriorando e desaparecendo com o passar dos anos, ela é que esta sendo desgastada. Com isso, o movimento do quadril vai sendo prejudicado e a dor aparece. Conforme a doença avança, a cartilagem é tão comprometida, que começa a haver contato direto do osso da bacia com o osso da coxa, e o osso também começa a se desgastar e também a se deformar. A dor costuma aumentar bastante e fica muito difícil realizar as atividades diárias, tamanho o desconforto.
O nome que damos a todo este processo de desgaste da articulação é artrose. A artrose pode atacar todas as outras articulações. Segundo os dados coletados internacionalmente, a artrose é a doença articular mais freqüente. Após os 65 anos de idade, os exames demonstram que a maioria das pessoas já apresenta algum grau de artrose e, após os 75 anos, pode chegar a 80% da população. Em pessoas com mais de 64 anos de idade, uma em cada dez, apresenta dor por causa da artrose.
Mas agora nós vamos continuar falando mais sobre a artrose do quadril. Vale lembrar que muitas pessoas também chamam a artrose de osteoartrite, mas nós vamos seguir usando o termo artrose neste artigo.
Como podemos suspeitar que alguém está com artrose no quadril? Às vezes os sinais podem ser muito sutis, mas algum grau de dor costuma estar presente. A dor pode se apresentar na nádega, na virilha, na coxa e até mesmo no joelho! Ela pode ser constante, mas na maioria das vezes percebemos a dor após algum tempo de repouso, como quando levantamos após muito tempo assistindo televisão ou quando acordamos pela manhã e vamos dar início às nossas atividades. Nestes casos a dor costuma diminuir com o passar dos minutos e conforme vamos aquecendo. O aumento da rigidez do quadril também pode estar presente. Por vezes nem mesmo reparamos que começa a ficar difícil se dobrar para calçar o sapato ou colocar a meia. Atenção! Este pode ser outro sinal de já existe algum problema com o seu quadril.
A artrose do quadril é considerada uma doença degenerativa crônica, ou seja, o processo de desgaste dificilmente pode ser freado. Assim, a melhor maneira de lidarmos com o problema é realizando o mais rápido possível uma avaliação detalhada com o seu ortopedista, de preferência alguém que esteja habituado a tratar as doenças do quadril. Através de exame físico e de exames de imagem (na maioria das vezes um raio X), é possível diagnosticar a doença e iniciar o tratamento.
O tratamento irá variar de acordo com o grau de artrose que o paciente apresenta e também com as limitações que a artrose já está trazendo para a sua vida. Em muitas situações o uso de medicações alivia bastante o desconforto. Outras vezes é necessário associarmos um programa bem elaborado de exercícios. Entretanto, não é raro que o paciente acabe necessitando de uma intervenção cirúrgica.
Nos casos de artrose do quadril avançada, uma das cirurgias mais indicadas é a artroplastia total, ou prótese de quadril. Isso quer dizer que aquela articulação com defeito será substituída por uma articulação artificial. Quando bem indicada e quando realizada por um ortopedista apto e treinado, esta cirurgia costuma apresentar excelentes resultados. È imprescindível lembrar que se trata de uma cirurgia de grande porte e que uma série de cuidados devem ser tomados para minimizarmos todos os riscos.
Se você está em dúvida, procure o ortopedista da sua confiança para esclarecimentos, o tratamento adequado pode trazer uma grande melhora para o paciente.
Carlos G. W. Berwanger
CREMERS 26835
SBOT 10181

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